Política

Política

 Cavaco não pode dizer que não teve ligações ao BPN.

Manuel Alegre acusa Cavaco Silva de «procurar desviar as atenções do essencial, que é a gestão danosa da anterior administração» do BPN, disse o candidato à agência Lusa.

O candidato apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda não quis deixar em claro a polémica criada com a declaração de Cavaco Silva durante o último debate televisivo, em que este se disse surpreendido com a incapacidade da actual administração em recuperar o banco, fazendo comparação com os bancos ingleses.

Para Manuel Alegre, o candidato e actual Presidente da República «nunca podia ter dito que não teve ligações ao BPN, se teve acções da SLN teve ligações ao BPN, se é economista ele sabe isso».

«Ao criticar a actual administração do BPN, Cavaco Silva está a procurar desviar as atenções do essencial, que é a gestão danosa da anterior administração e continua a contemporizar com amigos e apoiantes políticos que são os verdadeiros responsáveis pelo escândalo financeiro do BPN, sem esquecer que este banco, o BPN, pertencia à Sociedade Lusa de Negócios a quem Cavaco Silva comprou acções que venderia depois com um lucro surpreendente», afirmou à Lusa.

Sobre as críticas de socialistas de que poderia ter explorado melhor este assunto no debate, Manuel Alegre explicou que a afirmação do Chefe de Estado foi feita já no final do programa, pelo que «já não tinha tempo para isso».

«Eu falei na questão do BPN nos termos que achei que deveria falar, ele comprou acções da SLN, a SLN é dona do BPN, se foi accionista da SLN não pode dizer que não tem nada a ver com o BPN. Teve, como accionista, na proporção das acções que teve», disse.

Alegre sublinha que não sabe os termos do contrato, que não sabe a quem vendeu, quem comprou as acções da SLN. «O que eu disse é que se a SLN é dona do BPN, nessa medida (Cavaco Silva) tinha sido um bocadinho dono do BPN, na medida em que cada accionista de um banco, de uma sociedade, é dono, em proporção das acções que tem».


Candidatura de José Manuel Coelho é uma «palhaçada»

O deputado único do PND-Madeira, José Manuel Coelho, é o primeiro madeirense candidato à Presidência da República. Uma candidatura criticada pelo Presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, que classifica a intenção do deputado uma «palhaçada política».

«Não vejo que seja histórico um fenómeno de pura e mera palhaçada política. Este indivíduo pago pela extrema-direita, principalmente por algumas famílias que foram poder na Madeira e que exploraram o povo madeirense, e que agora lhe pagam para através da palhaçada denegrir o sistema de autonomia política, denegrir o regime democrático e fazer ataques pessoais porque neste país desgraçado o indivíduo é impune perante tudo quanto faz».

José Manuel Coelho anunciou esta quarta-feira que o Tribunal Constitucional validou a sua candidatura às Presidenciais e vai queixar-se à Comissão Nacional de Eleições (CNE) por ter sido excluído dos debates nacionais.


Cadeia de Custóias: PCP alerta para situação «explosiva»

O PCP questionou o Ministério da Justiça sobre a falta de guardas na prisão de Custóias e quando será reforçado o corpo prisional. Os comunistas acusam o Governo de «falta de vontade política para resolver atempadamente uma situação potencialmente explosiva», noticia a Lusa.

Numa pergunta entregue na Assembleia da República, dirigida ao Ministério da Justiça, o deputado comunista Honório Novo, eleito pelo Porto, afirma que «a situação de sobrelotação da prisão de Custóias e a clara exiguidade de guardas prisionais face ao número de reclusos existe há muito».

Lembrando que alertaram o ministro da Justiça para este problema há um ano, os comunistas afirmam que Alberto Martins «preferiu não responder às perguntas de deputados, infringindo assim obrigações legais e constitucionais, num silêncio inaceitável, que agora serve para afirmar a total falta de vontade política para resolver atempadamente uma situação que era potencialmente explosiva».

Honório Novo acrescenta que a situação na prisão de Custóias se agravou no último ano: «a sobrelotação é agora de 38 por cento, mais 260 reclusos que a lotação padrão (680) e o número de guardas prisionais é ainda menor, diminuindo de 266 para 200».

O PCP dirige várias perguntas ao ministério da Justiça, pedindo uma justificação que nos últimos seis ou sete anos «tenha havido uma diminuição tão significativa de efectivos do corpo de guardas prisionais» em Custóias.

Honório Novo pergunta ainda se o Governo está a pensar construir um novo estabelecimento prisional na região do Porto que venha a ser ocupado com a população excedentária de Custóias.

O PCP quer ainda saber por que razão o Ministério «não disponibiliza equipas cinotécnicas de vigilância nos estabelecimentos prisionais tendencialmente mais problemáticos» e «não instala sistemas de limitação de sinal das comunicações móveis que facilmente poderiam impedir o uso ilegítimo de telemóveis dentro das prisões».